segunda-feira, 1 de junho de 2009

Afinal, quem somos nós?

Diariamente, nos deparamos com pessoas próximas ou até nós mesmos praguejando coisas do tipo "políticos safados" ou "policiais ladrões". E, já com a certeza de que você também já pensou algo do tipo, faço-te a pergunta: Afinal, quem é corrupto? Todos nós ou nenhum de nós?
Sim, porque reclamamos da desonestidade dos políticos, mas quantos de nós já se flagrou falando "vamos esperar a época da eleição e pedir isso pra algum candidato" ? Ou quantos de nós, bravos e honestos seres humanos, já deu aquela propina pro policial liberar seu carro com o IPVA atrasado?


Tanto o corrompido quanto o que corrompe são corruptos em situações como esta. E lançamos ainda outra pergunta a você, que nos dá o privilégio de sua leitura: sabe aquele dia em que você morreu em R$50 pro PM que pegou você sem cinto de segurança? Lembra que você saiu revoltadíssimo com a polícia do nosso país? Que esbravejou toda a sua indgnação e revoltar contra os "porcos fardados"? Ok, você faz parte de um seleto grupo de aproximadamente 90% da população do nosso país.

E então, caro amigo... naquele momento, o que você queria? Um policial honesto, que fizesse cumprir a lei, tirasse aqueles últimos pontinhos que lhe restavam na carteira e você ficasse na merda andando a pé até poder ter sua carteira novamente ou que ele falasse "Dá cinquentinha aí pra salvar o café e vai pra sua casa" ? Lógico que você adora quando ele se vende por uns trocados. E paga com um prazer e alívio, que é capaz até de dizer "ainda bem que ele me pediu dinheiro".
Isso nos faz tão corruptos quanto eles. Mas "quanto eles" quem? Será que eles servem de parâmetro? Ou será que eles só são assim porque NÓS ainda somos passivos a esse tipo de conduta? O fantasma da ditadura militar só nos assombra porque nós aceitamos que ele nos assombre. Aquele "monstro" fardado que força você a se corromper sofre com a mesma herança que você, de que é preciso corromper-se para seguir em frente.

É preciso que cada um de nós olhe para o que tem dentro de si. Somente dessa forma, será possível que nos tornemos seres humanos verdadeiramente reflexivos que, antes de criticar o próximo, passa por um processo de auto-avaliação. E, infelizmente, muitos de nós, após esta reflexão, perceberá que o corrupto não não é só aquele que caminha de farda por aí...


Henrique

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